Segurança e liberdade são opostas. A busca por segurança pode significar a perda da liberdade. Muitos abrem mão da liberdade por falsas promessas de segurança. Isso pode vir à tona a qualquer momento, ou no fim da vida, quando não há mais tempo de fazer diferente. O planejamento financeiro pode ajudar a resolver essa questão agora.
Nesse segundo texto, abro um pouco o racional da minha mudança de vida. Saí de uma grande empresa para uma vida diferente. Morar aonde quiser, fazer o próprio horário, ter tempo para esportes e viajar um pouco mais. Isso envolve riscos, mas eu também via riscos em minha antiga vida. Então senti que poderia estar abrindo mão de várias coisas, sem muitas garantias de que estaria completamente seguro ou estaria garantido um futuro confortável. Não penso que todos devem fazer o que fiz, mas podem se planejar melhor para que o trabalho de sol a sol traga resultados melhores para a vida pessoal.
Segurança e liberdade são opostas, já pensou nisso?
Ter a segurança de comprar um pacote de viagem todo pronto, é não ter mais a liberdade de customizar detalhes do passeio. Ter a segurança de uma reserva financeira é não ter a liberdade de gastar com o que deseja agora. Ter a segurança de um emprego de carteira assinada é não ter a liberdade de escolher os dias e horários em que vai trabalhar ou ficar com a família. Ter a segurança de comprar um apartamento é não ter mais a liberdade de se mudar com facilidade. Quando você caminha para a segurança pode abrir mão das suas escolhas, seus sonhos, o sentido de sua vida.
Nem tudo que é visto como 100% seguro cumpre sempre esse papel. Muitas vezes se troca liberdade, por falsas promessas de segurança total.
Um emprego não dura para sempre. Quem tem apenas o emprego como a grande segurança da vida está se agarrando em algo que pode afundar a qualquer momento. O valor da rescisão e a reserva guardada ajudam, mas não resolvem definitivamente a questão.
Imóvel próprio também tem riscos. Observe um imóvel de 30 anos atrás no centro da cidade, esse será seu imóvel daqui há 30 anos. O bairro pode mudar de perfil, pode ficar mais violento. A construção ficará ultrapassada, os elevadores velhos. Caso seja um imóvel gerador de renda, ela pode reduzir ao longo dos anos.
O simples acumulo de dinheiro também não garante a segurança. Antes de avaliar os temidos riscos de mercado, existe um risco a ser tratado, o próprio investidor. Tentativa e erro não é método de investimento, pode levar a perdas. Delegar 100% da decisão não é fazer gestão. Testar o conhecimento em um capital que levou uma vida para ser acumulado não é uma boa ideia.
Ao abrir mão de liberdades o investidor deve, pelo menos, buscar formas corretas de aumentar segurança, sob o risco de estar abrindo mão da sua liberdade e da sua segurança.
O planejamento financeiro pode ajudar nessa questão. Com ele é obtido o equilíbrio entre a liberdade e a segurança desejada. A base do trabalho é apresentar onde a pessoa está e onde ela pode chegar. Em seguida são sugeridos mecanismos de segurança reais para reduzir as surpresas pelo caminho. Depois são apresentados parâmetros de comparação, os principais produtos de investimento e as melhores formas de acessá-los. Possuindo um plano, e uma base de conhecimento, a escolha pelos produtos se torna bem mais natural. Por fim, o planejamento financeiro apresenta as possibilidades que a vida proporciona à pessoa. Saber de suas possiblidades e poder escolher é exercer a liberdade.
A definição do grau de segurança e liberdade são muito pessoais. Conhecer as possibilidades permite fazer escolhas. Uma vez definido o caminho é importante aplicar os métodos corretos para atingir os objetivos desejados.
Grande abraço!
**Bernardo Cavalcanti é engenheiro Civil formado pela UFMG. Especialista em Gestão de Projetos com MBA pela FGV. Consultor de Liberdade Financeira. Contato: sualiberdadefinanceira4@gmail.com